Antes da independência, durante muitos anos, o Sul do Bié até à fronteira com o Sudoeste formava um só distrito, ao passo que a zona fronteiriça do Cuando estava integrada na do Moxico. Com a reforma administrativa de 1955, toda aquela vasta zona ao Sul do Alto Cuanza, passou a fazer parte do novo distrito/província do Cuando Cubango (nome oriundo dos dois grandes rios: o Cuando e o Cubango que o delimitam).

A evangelização da terra dos Vangangela, principiou com a missão de Massaca (margem esquerda do rio Cuelei – Menongue) em 1897, transferida depois para o Sendje – Cuchi em 1912. Em 1939, nas margens do rio Cuando, fundaram os beneditinos a missão de Santa Cruz, no posto de Neriquinha – Rivungo, que foi encerrada depois de 1965, quando a segurança na região ficou abalada. Em 1940 iniciou-se uma missão no Cuangar, que teve de se encerrar ao fim de poucos anos, passando os missionários mais para o Norte, no Capico – Caiundo. Em 1955, os missionários redentoristas haviam recebido dos espiritanos a missão do Sendje – Cuchi e foram alargando a sua acção para o Sul, nomeadamente Menongue, Capico e Cuangar. Nas terras distantes do Dirico fundaram os Irmãozinhos de Jesus a missão de Xamavera, destinada especialmente aos Khoisan, encerrada por volta de 1970.

Em virtude de ser pequeno o número de católicos e escasso o pessoal missionário, desmembraram-se da Diocese de Sá da Bandeira, actual Lubango, dois concelhos/municípios habitados também por Vangangela (Cuvango e Jamba), com cinco missões. A missão de Kakele-Tchamutete, a missão de Cassinga, a missão de Matome, a missão da Vila da Ponte e a missão de Tukuve). Constitui-se assim a Diocese de Serpa Pinto – Menongue, que ficou com um território de 220 279 km² sendo 192 079 do Cuando Cubango e 28 200 km² da Huila.

Nome e criação 

A Diocese de Menongue, criada com o nome de Serpa Pinto (Dioecesis Serpapintensis) com sede na cidade homónima, actual Menongue, capital da Província do Cuando Cubango, foi erecta canonicamente no dia 10 de Agosto de 1975, por Sua Santidade o Papa São Paulo VI, com a bula Qui Pro Supremi Ecclesiae.

Inicialmente chamou-se de Serpa Pinto. Mais tarde com o acesso do País à Independência, novos tempos surgiram, e com eles vários nomes oficiais mudaram. Neste contexto propôs-se à Sagrada Congregação para a Evangelização dos Povos a mudança de nomes de algumas dioceses, dentre as quais a de Serpa Pinto. A proposta foi aceite e elevada a efeito pela Santa Sé com o Decreto Cum Excellentissimus, n.º 2612/79, de 16 Maio do mesmo ano, pelo que de Serpa Pinto, passou a chamar-se Menongue.

Até 3 de Fevereiro de 1977 a Diocese de Menongue era sufragânea da Arquidiocese de Luanda e só depois passou a ser sufragânea da Arquidiocese do Lubango.

Limites e superfície 

A actual superfície total da Diocese de Menongue é a da Província do Cuando Cubango, 199 049 km², dado que a parte do Cuvango e Jamba foi desanexada a favor da Arquidiocese do Lubango. A diocese é limitada a Nordeste pela Diocese do Luena, a Norte pela do Bié e Huambo, a Oeste pela do Lubango, a Sudeste pela de Ondjiva, a Sul com a República da Namíbia e a Este com a República da Zâmbia.

População

A população do território diocesano é maioritariamente Vangangela, subdividida em: Vambwela, Valuchazi, Vambunda, Vanhemba, Valwimbi, Vakatoko, Vampengo, Vangondjelo, Valuiu, Vamache e Vaiauma. Existe também em menor escala outros grupos etnolinguísticos: Acokwe, Vakwanhama, Vimbundu, Vamkusu, Vakwangali e Vasekele (Khoisan).

Cfr. N. Manuel Gabriel, Angola: Cinco Séculos de Cristianismo, Sociedade Editora Lda, Lisboa, 1978, p. 483.